sexta-feira, 13 de junho de 2008

TROPICALIA, 40 ANOS DEPOIS – A HERANÇA QUE FICOU.


O movimento Tropicália, que surgiu nos anos de 1967 e 1968, completa 40 anos. Foi um movimento artístico e cultural que contagiou e sacudiu o cenário brasileiro, marcando a ruptura da arte contemporânea, inaugurando conceitos e tendências que iriam desembocar na arte brasileira, revolucionando o status da música nacional.
Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques eram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa, do cantor-compositor Tom Zé, da banda Os Mutantes, do maestro Rogério Duprat, da cantora Nara Leão, dos letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto, e do artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte, como um de seus principais mentores intelectuais.
A intenção dos tropicalistas não era superar a bossa nova. Mas aproximar de novo a música brasileira dos jovens, que se mostravam cada vez mais interessados no pop-rock internacional, argumentando que nossa música precisava se tornar mais “universal”.
Embora marcante, o Tropicalismo era visto por seus críticos como um movimento sem comprometimento político ao contrário do que era comum naquela época em que diversos artistas lançaram canções que abertamente se opunham à ditadura. De fato, os artistas tropicalistas faziam questão de ressaltar que não tinham interesse em promover por meio de suas músicas referências temáticas tradicionais a problemas políticos e ideológicos, como feito até então pela canção de protesto. Acreditavam que a experiência estética vale por si mesma e ela própria já é um instrumento social revolucionário.
A importância daquele movimento , hoje se reflete na liberdade que se tem em fazer e cantar a musica brasileira. Todas as regras que norteavam o ritmo musical do país foram deixadas de lado. Hoje a coreografia da interpretação musical é diversa em todas as suas formas, graças à maneira de interpretar e de se vestir lançadas na tropicália. Enquanto os cabeludos Beatles mudavam os costumes na Inglaterra e no resto do mundo. No Brasil, os tropicalistas ditavam e mudavam também para sempre o estilo latino brasileiro de apresentar a nossa música. Por outro lado, apesar de apolítico, o tropicalismo acabou representando também uma reação contra a Ditadura que censurava qualquer atitude diferente na arte e cultura, como uma paranóia, achando que se não era a favor da Ditadura a inovação era contrária. O certo era que os censores da época pouco entenderam o significado daquele movimento artístico-musical. No fundo suas desconfianças se justificavam. Ali havia também uma contestação ao momento político de 1968.





Alan Gustavo Lucas Monteiro

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